O que é que influencia mais a Empregabilidade? O aluno ou o curso?
A empregabilidade é um fator de preocupação dos jovens e dos pais em contexto de orientação vocacional.
Há vários sites que fornecem informação útil para compreender quais são os cursos e as universidades que têm índices mais elevados de empregabilidade.
Para além da qualidade do ensino, existem outros aspetos a ter em conta, como por exemplo o facto de existirem universidades que procuram assegurar um elo de contacto eficiente entre os alunos e empresas recrutadoras. Existe por parte de algumas universidades a preocupação de elaborar planos curriculares mais adequados à realidade profissional e algumas instituições de ensino superior realizam programas e ações que visam a integração dos alunos no mercado de trabalho.
Se por um lado é importante que o jovem, na altura de escolher uma licenciatura, tenha em conta informação realista acerca do mercado de trabalho, também é verdade que a empregabilidade é influenciada por inúmeros fatores para além das características do curso e da universidade onde este é realizado.
Da parte dos jovens, futuros profissionais, as variáveis que influenciam a empregabilidade são também muito significativas, senão, em muitos casos, o verdadeiro determinante para a obtenção de emprego na sua área.
As empresas procuram candidatos com formação de qualidade, mas é cada vez mais importante que um candidato se diferencie pelas suas competências pessoais, as chamadas “soft skills”. Sabemos que há determinadas características pessoais e profissionais, que favorecem a empregabilidade dos jovens recém-licenciados:
- Especialização técnica e teórica;
- Flexibilidade, adaptabilidade e proatividade;
- Construção de uma identidade profissional sólida e consistente, o que deve começar a desenvolver-se desde os primeiros anos de vida académica;
- Sentido crítico na análise da informação;
- Adequação social e bons recursos interpessoais;
- Responsabilidade, empenho e rigor no desempenho das tarefas;
- Experiências prévias em contexto profissional, voluntariados, envolvimento em projetos associativos, etc;
- Bagagem de conhecimentos gerais, ou seja, estar informado e atualizado.
A estas características podem somar-se muitas outras, que dependem da área profissional, como por exemplo a Capacidade de liderança e a Criatividade, mas o essencial é compreender que a empregabilidade é, na maior parte das vezes, mais determinada por fatores pessoais do que fatores externos e circunstanciais. Claro que, escolher um curso com mais empregabilidade numa universidade reconhecida na área ajuda, mas isso, só por si, é insuficiente.
Eliana VilaçaDiretora Clínica da DiferencialPsicóloga e Psicoterapeuta